Texto por Marcelo Gomes

Para quem não conhece o Death, trata-se de uma banda americana, daquelas que duraram pouco mais de uma década, mas passaram pela terra como se fosse um meteoro e foi o suficiente para marcar definitivamente seu nome dentro da história da música pesada. Com a morte de Chuck Schuldiner, líder e fundador da banda, em 2001, os fãs ficaram órfãos até que alguns ex-integrantes resolveram montar esse tributo em 2012. 

Fazendo parte da turnê Muerte Por Vida – Muerte Por Todo Tour 2024, o Death To All desembarcou em São Paulo no último dia 23 para se apresentar no Carioca Club. E mesmo com um dia chuvoso, os fãs compareceram em peso para prestigiar o tributo. Formado por Max Phelps (vocal/guitarra), Steve DiGiorgio (baixo), Bobby Koelble (guitarra) e Gene Hoglan (bateria), o quarteto subiu ao palco e fez um show arrasador passando por todas as fases da banda. 

Era pouco antes das 19h quando a introdução começou a rolar. O clima calmo mudou repentinamente, assim que tocaram “Open Basket”. Bastaram as primeiras notas para a primeira roda da noite começar. Sob os gritos de “Death”, mandaram o clássico “The Philosopher” seguido por “Suicide Machine” e “Living Monstrosity”. A execução impecável chamou a atenção, mas vale o destaque para Max Phelps que parecia incorporar Chuck. 

O primeiro contato com o público foi feito pelo Steve. O baixista agradeceu à presença de todos e disse que a razão de estarem ali era para imortalizar o legado do Chuck Schuldiner antes de anunciar “Symbolic”. A casa veio abaixo já no riff inicial e cada palavra foi cantada se misturando com a voz de Phelps. Eles pareciam não querer aliviar, era uma pancada atrás da outra e assim executaram “Infernal Death” e “Scavenger Of Human Sorrow”.  Uma breve pausa foi necessária para trocar a caixa da bateria de Hoglan. Não era para menos, ele simplesmente massacrou seu instrumento sem piedade. Com tudo resolvido, tocaram “Overact Imagination” num exemplo claro de destreza técnica que diferenciou o estilo do Death das outras bandas. 

Ao longo do show, o Death To All demonstrou honrar o legado do Death com dignidade e autenticidade. Da habilidade técnica à brutalidade que consagrou a banda, cada música foi entregue com o máximo respeito às versões originais. E não foi diferente em “Within The Mind”, “Baptized In Blood” e “Flesh And Power It Holds” que levaram os fãs ao delírio. 

Fazendo papel de frontman mais uma vez, Steve fez um solo de baixo que precedeu “Lack Of Comprehension”. Logo após avisou que tinha sido aniversário de Phelps no dia anterior. Todos imediatamente cantaram parabéns ao aniversariante que parecia desconcertado com a homenagem. Sob muitos aplausos, se despediram com “Crystal Mountain”. 

Por incrível que pareça, o público ainda tinha fôlego para mais. A banda não deixou por menos e fez uma trinca com “Zombie Ritual”, “Spirit Crusher” e “Pull The Plug” que não deixou pedra sobre pedra. O que o Death To All proporcionou nessa noite, foi um show arrasador que celebrou de maneira nostálgica a vida e o legado de Chuck Schuldiner, ficando claro que haviam cumprido a missão de homenagear uma das maiores bandas do estilo, revivendo clássicos que ficaram eternizados dentro da história do death metal mundial.

Nosso colaborador Wellington Penilha também esteve no evento e registrou o show. Confira nossa galeria de fotos logo abaixo.