A banda Cradle of Filth se encontra em um momento de transição e controvérsia com a saída da tecladista Zoe Marie Federoff e a demissão do guitarrista Marek “Ashok” Smerda, ambos membros e casados. As saídas foram acompanhadas por declarações públicas do casal, detalhando descontentamento com a gestão da banda e o vocalista Dani Filth, que por sua vez, refutou as acusações.
A saída de Zoë Marie Federoff
A tecladista Zoë Marie Federoff anunciou sua saída do Cradle of Filth no início da semana, em 24 de agosto, em meio à atual turnê sul-americana da banda, logo após um show em São Paulo, Brasil. Inicialmente, ela citou “razões pessoais” e pediu respeito à sua privacidade e à de sua família, afirmando que não responderia a mais perguntas.
Posteriormente, Federoff esclareceu em suas redes sociais que ela e Ashok já tinham a intenção de deixar a banda no final da turnê, porém, certos acontecimentos anteciparam sua saída. Ela também desmente especulações sobre uma possível traição de seu marido. E afirmou que, apesar de as turbulências da banda afetarem o casamento, o amor entre eles permanece. Zoë pede aos fãs que apoiem Kelsey Peters, que assume os vocais de apoio e o teclado em sua ausência. Em resposta à saída de Zoe, Dani Filth inicialmente expressou votos de sucesso para o futuro da musicista. Também confirmou Kelsey Peters como substituta, afirmando que a banda seguiria em frente.
A demissão de Marek “Ashok” Smerda
Um dia após o anúncio de Federoff, o guitarrista Marek “Ashok” Smerda confirmou que também deixaria o grupo, embora sua intenção fosse concluir a turnê. Em sua declaração, Ashok expôs suas queixas, afirmando que ele e sua esposa não sentiam que o Cradle of Filth poderia garantir seu futuro e, na verdade, o atrapalhava. Ele citou não só “muito trabalho para um salário relativamente baixo, como também o estresse bastante alto”. Além da percepção de que a banda não priorizava ou se importava com seus membros, mencionando “anos de comportamento antiprofissional de pessoas acima de nós”.
Ashok também solicitou que todas as suas composições fossem removidas dos próximos lançamentos, incluindo uma colaboração aguardada com Ed Sheeran. Ele descreveu a música com Ed Sheeran como “palhaçada boba” naquele momento, devido a mudanças no propósito da faixa. Ele expressou sua tristeza por não dividir mais o palco com a esposa, mas respeitou a decisão dela e demonstrou felicidade pela oportunidade dada a Kelsey Peters.
Pouco depois da declaração de Ashok, o líder do Cradle of Filth, Dani Filth, emitiu um comunicado oficial. O vocalista anunciou a demissão imediata de Marek “Ashok” Smerda, impedindo-o de terminar a turnê.
Acusações detalhadas do casal contra a gestão e Dani Filth
O casal não se limitou às declarações iniciais, eles também publicaram um comunicado conjunto mais detalhado. O casal expôs “comportamentos e instâncias específicas de problemas com a gestão” e compartilhando um contrato que lhes foi solicitado assinar. Entre as principais queixas, estavam:
- Gestão desonesta e manipuladora: Alegações de tentativa de roubar dinheiro adiantado do álbum Screaming of the Valkyries, sem contrato entre os músicos de sessão e o gerente.
- Ambiente tóxico e abusivo: A gestão teria chamado Zoe de “câncer” e “cavalo-morto” e ameaçado demiti-la quando confrontada sobre a tentativa de roubo.
- Responsabilidade de Dani Filth: O casal responsabilizou Dani Filth por contratar essa gestão. Como também por “nunca defender sua equipe, apenas a si” e por criar uma atmosfera ameaçadora e abusiva.
- Salários baixos e exploração: Afirmaram receber salários que não cobriam nem o custo de vida. Sendo impedidos de fazer turnês com outras bandas para complementar a renda, descrevendo isso como “loucura manter as pessoas trancadas na pobreza pelo ego de uma pessoa”.
- Contrato “psicopata”: Foi anexado um contrato que, segundo eles, lhes foi oferecido para um aumento de 25% (o primeiro em sete anos). E que o advogado do casal classificou como “o contrato mais psicopata que um músico de sessão poderia receber”. Eles se recusaram a assiná-lo.
- Impacto na saúde: A turbulência na banda e o ambiente de trabalho teriam cobrado um preço em suas vidas e casamento. O que esultando em um aborto espontâneo de sua primeira gravidez durante a turnê.
- Alerta a futuros membros: O casal fez um aviso a quaisquer substitutos em potencial para “lerem o contrato” e “falarem com um advogado” antes de se juntarem ao Cradle of Filth.
A resposta de Dani Filth
Em sua declaração, Dani Filth afirmou que a banda estava em “estado de choque” com as acusações e que as considerava “completamente injustas e infundadas” em relação à gestão, que trabalha “muito de perto” com ele e a banda.
Ele reforçou que o Cradle of Filth não cancelará nenhum de seus shows na América do Sul. Também que, os fãs deveriam “suportar” a banda com apenas um guitarrista ao vivo, até que o substituto temporário de Ashok chegasse à turnê em poucos dias. Dani pediu paciência e que os fãs evitassem especulações. Também prometeu mais esclarecimentos sobre a situação futuramente, e concluiu afirmando que “a verdade sempre virá à tona”.
A banda está atualmente no meio de uma turnê sul-americana que se estenderá ao México no próximo mês. Logo depois, eles tem uma turnê europeia agendada para novembro, que termina em 7 de dezembro na Antuérpia, Bélgica.
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