Texto por: Wellington Penilha
No mês de setembro, o Brasil será palco da passagem de duas potências do metal extremo mundial. Behemoth e Deicide dividem os palcos em Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo em um encontro brutal entre o black metal teatral dos poloneses e o death metal impiedoso dos americanos, que pode ser considerado como uma das turnês mais pesadas do ano no Brasil.
O que esperar do show do Behemoth
Conhecidos por seus shows teatrais, atmosfera ritualística e uma sonoridade brutal que mistura o melhor do black e death metal, o Behemoth, banda liderada por Nergal é uma das mais respeitadas do metal extremo mundial. Confira 5 momentos marcantes que podemos esperar do show:
A abertura ritualística com “Ora Pro Nobis Lucifer”
Nada melhor do que começar um show do Behemoth com uma invocação direta ao caos. “Ora Pro Nobis Lucifer”, do álbum The Satanist, costuma abrir as apresentações da banda com fumaça, tochas e uma ambientação que mais parece um culto profano do que um show. É aquele momento em que o público entra em transe e sabe que o ritual começou.
“Conquer All” e a participação da galera
Clássico absoluto do álbum Demigod, “Conquer All” é uma das mais esperadas da noite. O riff cortante e o refrão gritado em uníssono fazem dela um dos pontos altos da interação com o público. Nergal adora provocar a plateia, erguer os braços e comandar a massa como um maestro do inferno.
A teatralidade sombria de “Bartzabel”
Quando chega a vez de “Bartzabel”, o clima muda. Mais lenta, mas carregada de peso e simbolismo, essa faixa do I Loved You at Your Darkest é uma invocação mística em forma de música. Nergal assume quase uma persona sacerdotal, enquanto luzes vermelhas e fumaça criam uma atmosfera hipnótica.
A performance insana de “Ov Fire and the Void”
Se você quer brutalidade e energia pura, “Ov Fire and the Void” vai entregar. O ritmo acelerado e a precisão da banda ao vivo fazem dessa uma das canções mais intensas do set. É comum ver a galera indo ao delírio e abrindo rodas gigantes no meio da pista.
O gran finale com “Chant for Eschaton 2000”
Nada mais justo do que encerrar com um hino da era Satanica. “Chant for Eschaton 2000” é um verdadeiro mantra do caos e encerra os shows do Behemoth como um grito de guerra. O final costuma ter uma explosão de luzes, áudio e fogo que deixa qualquer um hipnotizado.
O que esperar do show do Deicide
Liderados pelo icônico (e sempre polêmico) Glen Benton, os americanos do Deicide sempre com o som direto ao ponto, sónico, blasfêmia amplificada e riffs que fazem os adoradores de death metal terem o máximo respeito por essa banda. Aqui estão 5 momentos que vão marcar essa missa profana:
“Once Upon the Cross” e a introdução ritualística
Quem já viu o Deicide ao vivo sabe: eles costumam começar com uma atmosfera densa, baixa iluminação e o som gutural invadindo o espaço como um prenúncio do caos. “Once Upon the Cross” é uma das apostas para abrir o setlist, com seu peso arrastado e clima sacrílego. A faixa-título do clássico de 1995 segue sendo um hino para os devotos do metal extremo.
Glen Benton encarando a plateia com olhar demoníaco
Um dos momentos mais esperados em qualquer show do Deicide é simplesmente… assistir Glen Benton encarando a galera. Conhecido pela cruz invertida queimada na testa, o vocalista é uma presença que impõe respeito. Não espere discursos longos ou sorrisos: ele vocifera, rosna e encara com intensidade. A interação com o público é mais na base da brutalidade sonora do que das palavras.
“Dead by Dawn” levantando rodas de mosh
Essa é daquelas músicas que, quando começam, você já sabe: chegou a hora da roda. “Dead by Dawn” é um dos maiores clássicos da banda, com riffs cortantes e um refrão que é quase cantado em uníssono por quem conhece a banda desde os primórdios. O caos é garantido.
A precisão brutal de Steve Asheim na bateria
O único membro constante da formação original junto com Benton, Steve Asheim é um monstro na bateria. Assistir ao cara detonando blast beats com uma precisão mecânica é quase hipnótico. Durante “Serpents of the Light” ou “Scars of the Crucifix”, espere passagens em que o som da bateria parece uma metralhadora invocando o abismo.
“Homage for Satan” e o encerramento que ninguém esquece
Poucas bandas conseguem encerrar um show com tanto peso. “Homage for Satan” é provocativa até no nome, e ao vivo vira um verdadeiro grito de guerra do underground. Quando essa entra no set, o clima chega ao ápice da insanidade. Luzes vermelhas, vocais rasgados e um público em transe: é o fecho perfeito para uma noite em que a Terra, por algumas horas, será dominada pelo Deicide.
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