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É o Black Sabbath, o Dio, as duas coisas juntas! Não tinha como perder, eles merecem o esforço de um fã, pelo legado e pela reputação de quem cresceu os ouvindo.”

Por Allan Lima

Maio de 2009. Férias em pleno Rio de Janeiro…praia, chopp, futebol, enfim…não poderia estar melhor. Ou poderia? Nada contra o samba da cidade carioca, é algo institucionalizado, não tem como você ignorar. Mas quem é apaixonado por Rock e Heavy Metal e que sempre teve que se deslocar aos grandes centros pra ver shows, como é meu caso, a dúvida imperou: “será que não virá nenhuma atração?”

O Heaven and Hell estava em turnê, mas até o final de abril não havia confirmado seu show no Rio…a frustração estava realmente corroendo meu sangue metal por dentro, porque ficava imaginando: “sãos eles, os caras, o pai dos riffs e o maior vocalista de todos os tempos…e já estão velhos, vai que…”. Premeditei naquele momento o que poucos meses depois iria se tornar a maior batalha de Ronnie James Dio como o pior de todos os dragões: o câncer. E o resto já sabemos, a perda e a dor foram enormes, com as quais sofremos até hoje.

Talvez por isso, inconscientemente eu tenha me decidido: “quer saber, férias encerradas! Vou pra São Paulo, vou ver o Heaven and Hell”. É o Black Sabbath, o Dio, as duas coisas juntas! Não tinha como perder, eles merecem o esforço de um fã, pelo legado e pela reputação de quem cresceu os ouvindo. E fiz isso. Só me arrependo de não ter saído antes e visto o show da sexta.

Então, saindo do clima ameno e dando adeus (ou aDio, como queiram) das praias cariocas, peguei a ponte aérea até a nossa selva de pedra. Consegui com um outro amigo paulista a compra antecipada do ingresso e reserva de hotel. Estava feito. Saía a dúvida, entrava a ansiedade, que seria saciada com um show memorável, um setlist curto, porém preciso!

E a música que valeu todo o esforço, levando muitos além deste às lágrimas por mais de 14 minutos: “Heaven and Hell”.

Portanto, o amor pelo heavy metal falou mais alto. Era uma noite chuvosa de 16 de maio de 2009. Noite de sábado, bem escura. Talvez encantada pela presença dos nobres senhores, criadores dos primórdios da música extrema ou pela mera coincidência de quem representavam (Black = escuro, Sabbath = sábado religioso em hebraico – essas metáforas são inevitáveis). Formava-se uma fila gigantesca nos arredores do Credicard Hall, e lá dentro, quem esteve presente, pôde conferir uma grande apresentação, onde a falha inicial do som passou, pelo menos de minha parte, despercebida. Você é transportado para outro mundo, onde só quem é fã incondicional de Heavy Metal e do Black Sabbath pode sentir, e a ligação com o seu mundo é a música entoada por eles. Por volta das 22:30h, todos acomodados e em algumas áreas até se espremendo, é iniciada a introdução com “E5150”, emendada com “Mob Rules”…Dio sorrindo, agradecendo, acenando, e com a bandeira do Brasil ao redor do seu corpo franzino porém desproporcional ao seu carisma e voz, juntamente com outro Deus, o da guitarra, Ms. Iommi e os não menos consagrados Vinny Appice e Geezer Butler proferiram outras grandes pérolas, além de algumas do primeiro (e único) disco desta formação. “Children of the Sea”, “I”, “Bible Black”. Fôlego faltando, e o quarteto emenda com “Time Machine” e um solo de bateria de Appice preciso, muito bom e empolgante! Seguem com “Fear”, as belas entonações de Dio em “Falling off the end of the world”, e já passando da metade do show com “Follow the tears”. Uma sequência de solos entorpecentes de Iommi servem de entrada para “Die Young” e a música que valeu todo o esforço, levando muitos além deste às lágrimas por mais de 14 minutos: “Heaven and Hell”. Na volta para o bis, levam “Country Girl”, e despedem-se com “Neon Nights”. Inesquecível.

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