Quando uma banda de metalcore, gênero ainda nichado na época, surgiu de uma pequena cidade no País de Gales, não era de se esperar que, quase 15 anos depois, o grupo seria um dos maiores representantes do metal moderno.

O Bullet For My Valentine, cujo primeiro álbum The Poison foi lançado em 2005, sofreu mudanças em seu lineup e em seu som. Mas, quanto mais o tempo passa, maior é o grupo liderado por Matt Tuck. Talvez em seu auge atualmente, a banda se apresenta em São Paulo no dia 24 de novembro e o vocalista reservou um tempo para conversar com o Wikimetal.

“Que a banda durasse tanto tempo era a última preocupação que tínhamos quando começamos”, contou Matt, perguntado sobre a longevidade que o grupo atingiu. “O objetivo era começar uma banda para criar a oportunidade de fazermos o que quiséssemos”.

Mesmo assim, a banda se fixou na cena do metal britânico e, ano passado, chegou ao seu sexto álbum de estúdio. Se em Venom, de 2015, o Bullet já mostrava dicas de uma guinada mais eletrônica no som, foi mesmo em Gravity, de 2018, que essa tendência se confirmou.

“Nós realmente gostamos de experimentar. Isso faz com que o som ganhe um escopo maior, parece como a trilha sonora de um filme. Mas, no fim, a ideia é sempre experimentar mais”, explicou. “Em muitas músicas nós íamos longe demais e depois voltávamos um pouco. É fácil perceber quando se vai longe demais [risos]”.

É claro que, com um som mais eletrônico e comercial, a banda também alcançou audiências mais diversas e novos fãs. Considerando que Gravity é um álbum mais pessoal para Matt, é de se imaginar que o trabalho entra no patamar de obras de fácil identificação com o público, que se vê passando pelas mesmas situações que o eu-lírico das músicas.

“O disco é muito pessoal, é sobre mim. Os dois últimos anos da minha vida foram cheios de altos e baixos emocionais. Eu passei por um término; eu lidei com problemas de ansiedade e depressão. Então, estava contando às pessoas sobre isso.”

Essa temática, porém, não era proposital a princípio. “Eu comecei a mostrar um lado diferente de mim mesmo, que eu nunca havia mostrado. Não foi algo que eu pretendia fazer, mas quanto mais eu fazia, melhores as músicas ficavam. Quanto mais eu me torturava, melhor ficava o álbum”, refletiu.

Enquanto novos singles como “Letting You Go” e “Over It” explodiram mundialmente, a banda passou 2018 e 2019 viajando ao redor do globo promovendo o novo álbum. “Passamos pelos Estados Unidos, Reino Unido, Europa, Japão, Rússia… Tem sidouma época bem ocupada com as turnês”. E, agora, o Bullet For My Valentine desembarca em São Paulo.

“Estamos bastante ansiosos com o show de São Paulo. O público brasileiro é sempre ótimo. Queremos realmente dar tudo o que os fãs querem. A setlist passa por praticamente toda a nossa carreira. Vai ser ótimo!”

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