Eu conheço o Andreas Kisser há tempos, somos amigos e já tocamos juntos algumas vezes. Ele é simplesmente demais!”

Wikimetal (Nando Machado): Oi Scott!

Scott Ian: Ei, tudo bom?

W (NM): Tudo bem! Aqui é o Nando, estou aqui com o Daniel, somos os apresentadores do podcast número um de metal no Brasil. Como vai você?

SI: Bem, e você?

 W (Daniel Dystyler): Excelente, estamos muito bem e nos sentimos muito honrados de ter você em nosso programa. Nós estivemos ouvindo tudo que você tem feito pelo heavy metal através dos anos e é um prazer, uma honra, tê-lo aqui no nosso programa. Então, em nome de todos os head bangers no Brasil, gostaríamos de agradecê-lo.

SI: Legal, obrigado.

W (NM): Para começar a entrevista, sobre o começo da sua carreira, quais foram suas principais influências?

SI: No começo de Anthrax, você diz?

W (NM): É, ou quando você começou a tocar guitarra.

SI: Bom, quando eu comecei a tocar guitarra era um monte de gente diferente. Todo mundo desde Pete Townsend do The Who até o Tony Iommi, Ted Nugent, Ace Freely, Richie Blackmore, Eddie Van Halen, Angus e Malcolm, Rudolph Schenker, Michael Schenker, sabe. Todas essas pessoas, provavelmente. E Joey Ramone, e mais outras pessoas que eu devo estar esquecendo.

W (DD): E falando sobre o começo dos anos 80, na cena em que o heavy metal emergia, qual era a principal diferença entre os caras da California e os de Nova York?

SI: Bem… Acho que a coisa principal que eu consigo pensar é que os caras da Califórnia bebiam muito mais que a gente. E eu sei que isso não tem nada a ver com música, mas desde a primeira vez que encontramos o Metallica, Exodus ou Slayer ou Megadeth, em 83, 84, 85, todos esses anos, aqueles caras bebiam tanto. E nenhum de nós estava acostumado a beber tanto, então quando nós saíamos juntos era sempre uma loucura pra gente porque não estávamos acostumados a beber tanto. Acho que eu posso dizer que essa era a maior diferença.

W (NM): Você pode nos contar um pouco dessa época? Como era o compartilhamento de arquivos no começo dos anos 80? Vocês se mandavam fitas pelo correio e coisas assim?

SI: Sim, tinha bastante troca de fitas naquela época, com certeza. Eu lembro que a primeira vez que ouvi Mercyful Fate foi porque eu estava trocando fitas com um cara da Dinamarca. Ele me enviou algumas coisas do Mercyful Fate e eu nunca havia ouvido King Diamond antes. E eu lembro de ser o primeiro dos meus amigos a escutar King Diamond pela primeira vez. Então a troca de fitas naquela época era bem divertida. Era bem diferente porque não era que nem roubar, porque você escutava músicas e assim que escutava saía para procurar e comprar.

W (NM): É muito diferente de compartilhar arquivos hoje, pela internet?

SI: É, é muito diferente. Todo mundo está ilegalmente fazendo download e não está saindo pra comprar o disco. Eu diria que 99% das pessoas não está comprando o disco.

W (DD): É, você tem razão, Scott. E a gente tá sempre tentando promover novos álbuns e tentando explicar que todo o negócio precisa de apoio dos fãs. Se puder fazer uma aquisição digital do álbum, ou ele físico mesmo, ou ir ao show, ou comprar mercadoria oficial… Então estamos sempre tentando promover as bandas dessa maneira. Scott, como você tem um papel importante na história do cross over, na sua opinião quem mais foi responsável pelo crossover entre punk e metal,  e depois do rap pro metal? E quem foi uma inspiração pra você tomar esse papel tão importante nessas duas fusões?

SI: Bom, eu acho que Suicidal Tendencies seria a maior… Pra mim eles foram os primeiros a realmente atravessar, porque eles tinham tantos elementos de punk, hardcore e metal. Eles tinham os três acontecendo. Nós éramos grande fãs de Suicidal. Então eles foram uma grande influência pra nós, no mínimo pra eu querer fazer o S.O.D. Eu acho que Suicidal foi uma banda muito importante. Acho que bandas como D.R.I, bandas como Corosion of Conformity, bandas como essas nessa época foram muito importantes em fazer o crossover do punk e hardcore para o metal. E certamente do lado do metal obviamente Anthrax, o que fizemos com S. O.D, e Slayer também estava nessa, eles claramente tinham um element harcore no som. Do Show no Mercy pro Hell Awaits dá pra definitivamente escutar o element hardcore no som deles. Acho que todas essas bandas que eu mencionei. Certamente tem outras bandas como, eu diria, Faith no More no início, eles quebraram muitas barreiras com aquele tipo de música. Mas para mim, se eu tivesse que escolher uma banda, eu diria que a mais importante seria Suicidal.

W (NM): Já que você mencionou o Stormtroopers of Death, você já teve algum problema com skinheads por ser um judeu de cabelo comprido indo a shows de punk e tocando em uma banda punk? Ou, vamos dizer, uma banda hardcore?

SI: Você diz agora?

W (NM): Não, não, naquela época.

SI: Ah, na verdade não. Eu comecei a ir pro CBGB’s em 1983 pra ver shows de hardcore e eu nunca tive problemas. Ninguém nunca me incomodou. Eu e os meus amigos, que também todos tinham cabelos compridos, quando começamos a ir em shows as pessoas nos aceitavam de cara. E não era porque eu estava no Anthrax, porque o Anthrax não estava fazendo nada ainda. Então havia um certo element de que se você parecesse de algum jeito, alguém iria querer brigar com voce. Mas eu sempre achei que os skinheads tinham mais problemas com os punks. Os punks e skinheads estavam sempre brigando entre si. Haviam poucos caras do heavy metal, com cabelo comprido, indo para os shows. Então ninguém mexia com a gente, afinal só éramos 3 ou 4 na época. Então ninguém se importava. Sabe, quando íamos aos shows não tinha muito a cena nazista em Nova York nessa época. Skinheads em Nova York não eram nazistas, nem um pouco. Era um estilo de vida, um estilo de vida skinhead, mas não era nazista. Talvez esse elemento tenha entrado mais tarde, no fim dos 80, começo dos 90. Mas de 83 a 87, quando eu ia em shows, nunca houve problemas com nazistas ou skinheads, nunca. Judeu, cristão, muçulmano, tanto faz. É música.

W (NM): Já que você mencionou isso, aqui no programa do Wikimetal nós tentamos lutar contra qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Agora mudando o assunto, Scott, nós temos uma pergunta clássica aqui no nosso programa que nós perguntamos para todos que entrevistamos. Imagine você ouvindo música de uma maneira bem randômica e uma música surge que você começa a fazer head bang não importa aonde esteja. Que música seria essa, para que a gente possa tocar no nosso programa agora mesmo?

SI: Agora? Não sei, que tal Riffraff do AC/DC?

W (DD): Na nossa opinião, Worship Music foi um dos melhores álbuns de 2011. Você pode nos contar um pouco sobre a produção e gravação desse álbum?

SI: Claro, o que você gostaria de saber?

W (NM): Alguma coisa em particular que você gostaria de compartilhar com os nossos ouvintes?

SI: Tirando o fato de que tivemos que procurar um cantor pra entrar e gravar o álbum com a gente. Obviamente isso deu certo com o Joey. Já faz dois anos que Joey está de volta na banda. Nós fizemos esse álbum bem da mesma maneira que fazemos todos os outros discos do Anthrax. Começou num quarto, fazendo umas jams de riffs e arranjando músicas, e partindo daí. Nossa atitude com esse álbum foi… Nós começamos a escrever esse álbum no começo de 2007, então já havia 4 anos que o “We’ve Come for You All” tinha saído. Então pensamos “Ok, já fazem 4 anos, nós vamos apressar nada. Por mais que demore pra fazermos esse álbum, não importa”.  Pois era um álbum muito importante pra gente, porque havia tanto tempo. Então o disco teria que ficar ótimo, teria que ser a melhor coisa que já tínhamos feito. Nós não sabíamos como fazer isso, tudo que sabíamos era escrever músicas e tocar juntos como sempre fizemos. Mas nós não nos demos prazos ou datas. Era basicamente quando estivéssemos felizes, 100% felizes com aquilo, nós saberíamos. E não foi até o Joey entrar na banda e começar a cantar as músicas que pensamos que era o momento, que esse era álbum que precisávamos fazer. Basicamente foi o Joey que nos permitiu fazer esse álbum e finaliza-lo do jeito que deveria ser finalizado.

 Basicamente foi o Joey que nos permitiu fazer esse álbum e finaliza-lo do jeito que deveria ser finalizado.”

Wikimetal (Daniel Dystyler): De onde saiu a ideia de montar o tour do “The Big Four” e como aconteceu? Você se lembra de algo da primeira vez que foi abordado pra isso?

Scott Ian: A primeira vez que ouvimos algo foi do Lars. Foi depois que o Metallica foi introduzido ao Rock N’ Roll Hall of Fame, em que Charlie e eu fomos convidados. Foi na festa, depois. A gente estava num bar, todos bem bêbados e o Lars veio e falou “O que vocês acham de fazer o Big Four?”. E eu disse “O que você quer dizer?” e ele disse “O Big Four, sabe, a gente, vocês, Slayer e o Megadeth. O que vocês acham de começarmos a fazer shows?”. Charlie e eu nos olhamos e falamos “Sim! Seria muito legal. Claro, adoraríamos.” Então no dia seguinte eu lembrei da conversa, eu estava com uma péssima ressaca. Eu lembrava de ter conversado com o Lars sobre o Big Four mas imaginei “Ah, a gente estava bêbado, ele não estava falando sério”. E alguns meses depois, talvez três ou quatro meses, nosso agente recebeu a ligação do agente do Metallica, perguntando se queríamos e se estávamos disponíveis. Aí que soubemos que era de verdade e claro, ficamos super animados.

W (Nando Machado): Na sua opinião, Scott, quão importante foi essa reunião das quatro bandas, e você concorda que depois dela ocorreu uma espécie de ressurreição do Heavy Metal?

SI: Eu não diria que houve uma ressurreição do Heavy Metal por causa do Big Four, eu acho que a saúde do Heavy Metal esteve bem boa nos últimos… Talvez sete anos, algo assim? Eu diria desde 2000, porque pra mim, pessoalmente, as coisas com o Anthrax realmente começaram a ficar boas nos anos 2000. Muito dos anos 90 não foi bom pra gente. Mas de 2000 pra cá até agora as coisas tem ido muito bem. Então eu acho que a saúde do Heavy Metal em 2009 ou 2010… É, 2010 foi quando fizemos o primeiro tour da Big Four, acho que o Heavy Metal estava indo muito bem. Daí fizemos o Big Four e acho que isso só o deixou mais forte do que estava em um bom tempo, porque esses shows… Digo, mesmo quem não fosse um fã de Heavy Metal ouvia falar sobre isso. Nós tocamos no Yankee Stadium em Nova York e isso é uma coisa realmente grande, tocar no Yankee Stadium. Então até milhões de pessoas que não ouviam Heavy Metal sabiam que essas bandas estavam tocando no Yankee Stadium. Isso claramente eleva a conscientização de música, para outro patamar. Certamente ajuda, sabe, fazer esse shows. Deixa as pessoas animadas. Eu sei de fãs por todo o mundo que estão certamente animados com o Big Four, porque todas as cidades querem que o Big Four vá tocar um show lá. E se fosse por mim nós iríamos para todas as cidades, mas não sou eu quem faz essa decisão. Eu espero que eventualmente nós façamos mais, porque é excitante pra nós, a banda, estar juntos, com amigos, tocando esses shows. E sabemos quão excitante é para os fãs também.

W (DD): Vou te perguntar, Scott; tendo crescido em Queens, Nova York, o show no Yankee Stadium provavelmente teve um significado especial para você. Alguma lembrança? Como foi isso?

SI: Pra mim, eu posso dizer que foi a melhor coisa que já fizemos na carreira do Anthrax. Poder dizer “Eu toquei no Yankee Stadium, sabe, um show esgotado…”

W (DD): Esgotado!

SI: Poder dizer isso é… Eu nem sonhava que poderia dizer essas palavras, porque parecia impossível. Não que nunca seríamos grandes o bastante, mas porque bandas simplesmente não tocam no Yankee Stadium. Se você vai tocar em New York você toca no Football Stadium ou em outros lugares, mas o fato de termos tocado no Yankee Stadium deixa muito mais especial. E claro, como eu sempre fui um fã dos Yankees isso ajudou, tornou mais especial ainda pra mim. O fato de poder dizer para pessoas “É, eu toquei no Yankee Stadium aqui, e tenho fotos minhas no palco” é algo muito difícil de acreditar ainda.

W (NM): Então, mudando de assunto, Scott. Você pode compartilhar com os nossos ouvintes como foi a experiência de ter tocado com algumas lendas do rock como o Roger Daltrey e o Dimebag Darrell?

SI: Bom, com Darrell somos amigos desde 1985. Nos conhecíamos já fazia 19 anos. Então nós tínhamos uma longa relação, uma longa e divertida relação. Foi mais do que tocar com Darrell, pois éramos amigos fazia muito tempo. Com o Roger Daltrey foi uma coisa completamente diferente, foi meio que sorte. Ele era amigo da família da minha mulher e estava em L.A por uns tempos. Nós jantamos juntos em algumas ocasiões e eu perguntei pra ele se ele gostaria de cantar no álbum, e ele disse que sim, o que foi surpreendente. E foi muito legal da parte dele ter feito isso. E foi ótimo; foi meio surreal sentar no estúdio e ver Roger Daltrey tocando uma música do Anthrax. De novo, é algo que eu não esperava fazer na minha vida.

Talvez para algumas bandas seja assim, mas na minha experiência eu nunca parei de trabalhar em 30 anos. E é por isso que eu tenho uma carreira.”

 

W (DD): Você pode escolher uma música do Anthrax que se sente realmente orgulhoso de ter escrito para que possamos tocar agora no nosso programa?

SI: Sim, eu vou escolher do novo álbum, “In the End”. Eu acho que tem sido consistentemente a minha favorita do álbum e é a minha favorita pra tocar desde que começamos a tocar em outubro passado. Então eu escolho “In the End”, do Worship Music.

W (NM): Scott, diga, como veio a ideia de convidar o Andreas Kisser para te substituir quando você teve o seu filho no ano passado?

SI: Sim, sim. Ah, é uma resposta fácil porque o Andreas é simplesmente demais, essa é a razão! Eu conheço o Andreas há tempos, somos amigos e já tocamos juntos algumas vezes. Seja em shows do Sepultura, ou… Nós tocamos no vigésimo quinto aniversário do Roadrunners juntos, e outras músicas em Nova York. Quando minha mulher ficou grávida e soubemos que o bebê viria, eu sabia que seria ao mesmo tempo que muitos festivais e shows do Big Four na Europa. E eu fiz a decisão de que queria estar por perto no nascimento do meu filho. Então tivemos muito tempo pra pensar, e Andreas foi a minha primeira escolha. Na minha cabeça, a primeira pessoa que pensei foi ele. Eu perguntei pro Charlie e pro Frankie; disse “O que vocês acham de Andreas? Para me substituir quando eu não estiver aqui?”. E todos acharam uma ótima ideia, então… Nós contatamos o Andreas depois e ele falou que se sentiria honrado, que seria um sonho pra ele. Tudo funcionou muito bem. Era muito importante pra mim, pessoalmente… Eu nunca tinha perdido nenhum show do Anthrax na minha vida, então eu achei que essa poderia ser uma boa razão pra isso. Mas ao mesmo tempo a última coisa que quero fazer é decepcionar os fãs. Então eu tinha que ter certeza que quem quer que fosse me substituir não apenas soubesse tocar a música, mas era importante que tivesse uma história. Alguém que os fãs adorariam. E eu sabia que uma vez que anunciássemos pro mundo que seria Andreas que iria me substituir, todos iam adorar isso, porque todo mundo adora o Andreas. Então acho que os fãs viram uma coisa bem legal no Andreas tocando no Anthrax. Tudo funcionou muito bem e foi uma ótima decisão.

W (NM): Nós ficamos muito felizes aqui no Brasil quando soubemos. Nós amamos aquele cara e ele é um bom amigo nosso.

SI: Legal.

W (DD): E Scott, nós entrevistamos o Andreas e perguntamos a mesma coisa e ele disse exatamente o que você disse, que para ele foi um sonho realizado.

SI: Legal, é. Pra mim uma das coisas mais legais foi que eu tive que voar pra Itália para um show porque tinha uma sessão de fotos marcada lá que eu não poderia perder. Então eu fui até a Itália para um show do Big Four em Milão. Então o que fizemos foi que o Andreas tocou as primeiras 5 ou 6 músicas, ele tocou a primeira metade do show. E eu estava lá do lado, olhando o Andreas tocar no Anthrax. E eu estava com a minha guitarra e me aquecendo, me preparando pra entrar. E foi estranho e legal ao mesmo tempo, porque eu estava lá do lado e o Kerry King me olhou e disse “Nossa, isso deve ser estranho!” e eu falei “É ótimo, Anthrax é ótimo!”. E o Kerry falou “Cara, eu nunca vi o Slayer tocar”. E eu entrei depois de 6 músicas, subi no palco e teve bastante surpresa da plateia, que não sabia que eu iria tocar. Então eu e Andreas tocamos o resto do show juntos. Tinhamos três guitarristas no palco, e foi insano.

Eu adorei o filme do Iron Maiden, Flight 666, achei muito bom. Gostei muito do documentário do Rush também”

W (DD): Sendo de Nova York, conte um pouco sobre o período pós-11 de setembro, se houve alguma confusão com o nome Anthrax. Você não teve que explicar que não tinha nada a ver com o pânico por causa do terrorismo?

SI: É, bom, eu não preciso explicar de novo, que nós chamamos Anthrax e não temos nada a ver com isso e não tínhamos intenção de mudar de nome. Nós não estávamos matando pessoas, simples assim.

W (DD): Como foi a experiência de participar no Reality show “Supergroup” do VH1 com Ted Nugent e Sebastian Bach?

SI: Ah, foi muito divertido. Eu nunca tinha feito algo assim antes, certamente. Viver numa casa maluca em Las Vegas por duas semanas com todos aqueles caras e realmente viver como um rock star por duas semanas. Foi muito divertido.

W (NM): Você teve muitas músicas em séries de TV, filmes de terror e videogames. Quão importante são pra vocês essas mídias alternativas pra promover a sua música?

SI: Acho que videogames são provavelmente uma coisa boa porque muita gente os compra. Eu assumo que esses grandes videogames são uma boa maneira de você se divulgar para pessoas que nunca te ouviram. Eu não sei sobre trilhas sonoras ou algo assim, não sei se as pessoas compram mais isso. Nos anos 80 era bom, mas hoje não faço ideia.

W (NM): Você tem uma boa relação com a indústria cinematográfica, acabou de participar no “The Walking Dead”, então qual é o seu filme favorito de terror, de todos os tempos?

SI:Provavelmente… Ou “Dawn of the Dead” ou “Evil Dead II”.

W (NM): O que você achou desses documentários que foram produzidos no ano passado, como Lemmy, Global Metal, Get Trashed, tantos outros. O que você achou deles?

SI: Eu adorei o filme do Iron Maiden, Flight 666, achei muito bom. Gostei do documentário do Rush, achei muito bom.

W (DD): O que você diria para um garoto que acabou de pegar a guitarra e está pensando em montar uma banda?

SI: Eu diria pra ele: é melhor você esperar que vai trabalhar muito mais do que você já trabalhou na sua vida e nunca esperar algo de volta. Você apenas tem que trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar. E nunca parar de trabalhar. Porque mesmo agora, 30 anos depois, eu nunca parei de trabalhar. Acho que pessoas tem essa ideia na cabeça de que uma vez que você está numa banda e tem sucesso é só farrear e blablabla. Talvez para algumas bandas seja assim, mas na minha experiência eu nunca parei de trabalhar em 30 anos. E é por isso que eu tenho uma carreira. Acho que esse seria o melhor conselho que eu conseguiria dar para alguém. Você tem que se esforçar muito, muito para poder ter uma chance com sucesso.

W (NM): Ok, Scott, só antes de finalizarmos, eu gostaria de agradecer você pelo seu tempo, por ter compartilhado com a gente e por tudo que você fez nos últimos 30 anos. Eu acho que você lançou alguns melhores álbuns de Heavy Metal, melhores álbuns de Trash Metal de todos os tempos, eu sempre fui um grande fã. Obrigada por manter a chama acesa e ter mantido a banda unida. Só para fechar nossa entrevista, você poderia deixar uma mensagem para os nossos ouvintes…

SI: Sim, eu mal posso esperar para voltar pro Brasil, já faz alguns anos, 2004 talvez? Eu estou realmente animado. Nós estivemos no Chile, na Argentina, outros países algumas vezes, mas faz um tempo que não estamos no Brasil, e eu estou animado para voltar. Especialmente porque a banda está melhor do que nunca esteve, nós fizem um ótimo álbum, então estou muito animado para tocar no Brasil de novo.

W (NM): Que legal. Então obrigado mais uma vez e, Scott, esperamos ansiosamente ver você ao vivo aqui em São Paulo.

SI: Ah, legal, muito obrigado, caras.

W (DD): Excelente, Scott, muito obrigado.

SI: Legal, falou.

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