Eu acho que nossa carreira fala por si só. Tivemos muitos hits, muitas músicas clássicas, grandes, as quais tocávamos ao vivo muito bem”

W (Nando Machado): Olá, Sr. Rarebell. Como você está?

Herman Rarebell: Estou muito bem, como vocês estão?

W (NM): Muito obrigado de novo pela resposta tão rápida. Foi ótimo entrar e contato com você.

HR: Ah, maravilhoso. Estarei em qualquer lugar pelas próximas duas semanas antes da transmissão. Onde vocês estão agora?

W (NM): Estamos em São Paulo agora, estou aqui com meu colega, Daniel Dystyler.

W (Daniel Dystyler): Olá, Sr. Herman, como você está?

HR: Ah, muito bem, muito obrigado.

W (NM): Como eu disse, nós somos o podcast número um de Heavy Metal no Brasil e estamos muito honrados de falar com você. Acreditamos que o Scorpions não foi somente a banda mais importante de Heavy Metal na história da Alemanha, mas também a mais importante banda de Rock da história alemã. Você concorda?

HR: Como você sabe, eu entrei na banda em 1977, em maio. Mas antes, é claro, havia outras bandas na Alemanha, não sei se você conhece bandas como The Rattles, é uma grande banda na Alemanha. Helloween é outra que veio da Alemanha e recentemente, Rammstein, que também veio da Alemanha.

W (NM): Sim, claro, mas é ótimo falar com você, já que você foi parte do Scorpions pelo período mais importante da banda, não?

HR: Sim, claro. Como você sabe, eu escrevi diversas letras para a banda e fiz outras músicas, como “Another piece of meat”, “Passion rules the game”. Então, é claro, éramos um bom grupo para escrever músicas, você está certo.

W (NM): Então, só para começar, quando você era mais novo, quando começou a tocar bateria, quais eram suas influências principais?

HR: Eu comecei a tocar bateria cedo, quando eu tinha 12, 13 anos, e naquele tempo minhas principais influências eram, é claro, os Beatles e os Rolling Stones. E mais tarde, quando eu fiquei mais velho, minha principal influência era Led Zeppelin, quando eu tinha 16, 17 anos.

W (DD): Sim, Jon Bonham era um grande baterista, não?

HR: Sim, ele era meu baterista preferido. Claro, eu gostava muito do Keith Moon, do The Who, mas meu amor era mesmo pelo Hard Rock, como Led Zeppelin, eles realmente me impressionaram muito.

W (DD): Já que estamos falando dos velhos tempos, você pode nos falar um pouco de como você entrou no Scorpions?

HR: Bom, eu morei na Inglaterra de 1971 a 1977 e ouvi de Michael Schenker, irmão de Rudolf Schenker, que os Scorpions estavam procurando por um baterista. Então eu fui para a audição e me tornei seu baterista em 1977, mesmo ano em que fiz a audição.

W (NM): Falando sobre escrever música… como Neil Peart, do Rush, você foi um dos principais escritores de letras da banda, durante os anos de mais sucesso do Scorpions. Acho que você teve um papel incomum como baterista. Conte-nos um pouco da experiência de escrever.

HR: Bom, primeiro de tudo, quando eu entrei no Scorpions meu inglês era o melhor da banda, pois eu tinha vivido na Inglaterra por 6 anos quando conheci o Scorpions. A minha primeira música virou uma grande música, “He’s a woman, she’s a man. Então a banda viu que eu conseguia escrever as letras em inglês e a partir deste momento e no próximo álbum, comecei a escrever e veio “Another piece of meat” e aí “Don’t make promeses your body can’t keep” e de repente o próximo álbum, com músicas como “Falling in love” e a famosa “Make it real”. E todas estas músicas começaram com letras e depois, claro, “Blackout” e “Rocking like a hurricane”, só para nomear as duas maiores. Mas se você voltar nos primeiros álbuns do Scorpions, você verá meu nome em todo lugar.

Interview Herman Rarebell

Acho que vocês realmente têm o espírito Rock and Roll e eu gostaria de voltar, tocar no seu país.”

W (NM): Você mencionou provavelmente as duas melhores músicas do Scorpions, pelo menos em minha opinião. Quais foi o ponto alto da sua carreira até agora? Você tem um ou alguns pontos altos que poderia mencionar?

HR: Acho que um dos pontos altos foi obviamente 1984, no Rock in Rio. Se você for no meu site, ainda tenho gravado meu solo deste show, de janeiro de 1985, no site www.hermanrarebell.com. Então esse foi definitivamente um grande show para mim e, é claro, no ano anterior o US Festival em San Bernardino. E, é claro, “Rock You Like a Hurricane” sendo tocada no Madison Square Garden. Eu consideraria estes os meus pontos altos. Obviamente, mais tarde, houve boa música no festival pela paz em Londres e Moscou, quando o muro caiu em Berlim, todos estes movimentos políticos foram bastante emocionantes para mim.

W (DD): E já que você mencionou o Rock in Rio I, que foi em 85, tenho uma curiosidade. Para a maioria dos brasileiros, o primeiro contato com os Scorpions ou pelo menos a primeira vez que viram a banda ao vivo foi neste ano. Nos fale um pouco do que você lembra destes anos, já que para nós é um grande momento a se lembrar.

HR: Bom, para mim o mesmo, como disse. Meu solo de bateria que está no meu site, acho que foi o melhor solo que fiz em toda minha carreira. Tem uma razão para eu ter posto no site. Foram suas semanas fantásticas no Brasil. Meu primeiro show era no dia 5 de janeiro e o próximo somente duas semanas depois. Ficamos no Brasil, no Rio de Janeiro, eu me diverti muito, saía todas as noites, em festas. Acho que vocês realmente têm o espírito Rock and Roll e eu gostaria de voltar, tocar no seu país.

W (DD): E você está planejando vir ao Brasil com seu projeto com Michael Schenker?

HR: A coisa agora é que Michael Shenker está em uma turnê com três guitarristas. Não sei quando eu e Michael vamos nos reunir de novo no Brasil. Fizemos um tour juntos na Inglaterra, tocamos junto com o Black Country Communion, tocamos em um grande festival chamado “High Voltage” no dia 24 de Julho. Você pode ver no youtube, em Michael Schenker em “High Voltage Festival”. Você pode ver Rudolf Schenker também subiu no palco e tocou “Rocking like a hurricane” com a gente.

W (NM): Conte-nos um pouco sobre sua relação com o Michael, já que vocês ainda têm contato e foi provavelmente ele quem o ajudou a entrar no Scorpions naquele tempo.

HR: Sim, foi ele quem me ajudou a entrar no Scorpions, ele já tocava em uma banda britânica, UFO, e um dia nos encontramos em um parque e ele me disse “Meu irmão está vindo para cá e ele está procurando por um baterista, acho que você deveria ir na audição”. Então eu fui, mas não sabia que havia mais 50 bateristas querendo a vaga. Mas no final, para encurtar a história, consegui a vaga e duas semanas depois encontrei a banda em Hanover, na Alemanha. Eu era o baterista e continuei baterista por vinte anos, como você pode ver. E a coisa mais importante é que Michael Shenker e eu somos antigos amigos, minha amizade com Michael Schenker tem 40 anos. E tocamos juntos semana passada na Inglaterra e nos divertimos. Então vamos ver o que o inverno nos traz, talvez toquemos juntos logo, mas agora ele está planejando uma turnê com outros dois guitarristas, não sei quando tocaremos juntos de novo, talvez ano que vem, isso é bem possível.

W (DD): Esperamos que sim.

HR: Mas o Scorpions com o Rudolf não tem tocado as músicas como no festival “High Voltage”. Pode ser uma possibilidade, algo assim acontecer, mas vamos ver o que o futuro nos traz.

W (DD): Temos uma pergunta clássica no nosso programa, que perguntamos a todos os entrevistados. Você pode nos falar uma música que o faz querer “headbanguear”, sem conseguir se conter?

HR: Bom, para mim esta música é definitivamente “He’s a woman, she’s a man”, a típica música para “headbanguear”, você realmente quer sacudir a cabeça. “He’s a woman, she’s a man”. Uma outra, se houver possibilidade, é claro: “Another piece of meat”.

W (DD): Excelente, vamos ouvi-la agora, você pode apresentar a música?

HR: Sim. Olá aqui é Herman Rarebell do Scorpions. Agora vocês vão ouvir a “Another piece of meat”.

Herman Rarebell Interview

Como vocês sabem, já toquei com o Michael Schenker, com o Rudolf Schenker, quem sabe o que virá?”

W (NM): Herman, nos fale um pouco sobre sua relação com os outros membros do Scorpions, já que vocês se reencontraram no “Wacken Festival” alguns anos atrás.

HR: Sim, obviamente temos uma boa relação, não saí da banda em maus termos. Não esqueça que saí depois de 20 anos e continuamos amigos. Quando nos vemos, tocamos juntos. Mas agora, acho que a relação é outra, não sei no futuro. O Scorpions acabou e agora vem algo novo. Como vocês sabem, já toquei com o Michael Schenker, com o Rudolf Schenker, quem sabe o que virá?

W (DD): E sobre seus novos projetos, acho que ouvimos que você tinha uma gravadora, “Monaco Records”, isso é verdade? Conte-nos um pouco sobre isso.

HR: Eu tinha a Monaco Records, paramos quando a internet dominou todo o meio, pois éramos uma gravadora antiquada, que produzia artistas por grandes selos. A empresa voltou a funcionar há quase dez anos. Tive a gravadora Monaco Records de 1996 a 2001, sim. Assinamos 5 diferentes artistas em 5 anos e depois disso fechamos a gravadora, pois não havia mais negócio, pois a internet tomou conta de tudo. O mundo mudou drasticamente em 2001, como vocês sabem.

W (DD): Conte-nos um pouco sobre o seu projeto, “Herman Ze German & Band”.

HR: Agora tenho muito poucas performances na Alemanha, mas se você for ao meu site, poderá ouvir as músicas. No site tenho vídeos gravados. E também terminei um livro, que será lançado na primeira semana de outubro. O livro se chama “And Speaking of Scorpions” (“E falando de Scorpions”) e neste livro vou falar da minha vida no Scorpions, os bastidores, como tudo se deu, como a banda cresceu e fez sucesso, como as músicas foram escritas, como gravamos… tudo isso será respondido no livro. Então acho que é algo que os fãs de Scorpions precisam ter.

W (DD): Em nossos episódios – este é um especial sobre o Scorpions – geralmente premiamos nossos ouvintes e para ganharem, perguntamos algo e o primeiro a responder leva o prêmio. Vamos dar algo relacionado ao Scorpions, você poderia propor uma pergunta para nossos ouvintes e quem responder certo ganha?

HR: Em que ano Herman Rarebell saiu do Scorpions?

W (NM): É uma curiosidade minha, como vocês conseguiram manter a banda no topo depois de tanto tempo, depois de todos os álbuns ao vivo, desde “Tokyo Tapes”, “US Festival”, “Rock in Rio” e nos anos 90 quando a banda lançou “Wind of change”, também um grande momento para a banda. Como vocês mantiveram um nível e popularidade tão altos por tantos anos?

W (DD): E mantendo as performances ao vivo, que acredito serem a chave.

HR: Eu acho que nossa carreira fala por si só. Tivemos muitos hits, muitas músicas clássicas, grandes, as quais conseguíamos tocar ao vivo muito bem e acho que a banda continua lançando bom material e músicas novas, bons álbuns e aí você tem uma longa vida e uma longa banda.

W (NM): Você poderia escolher uma música do Scorpions que tem orgulho de ter escrito?

HR: Bom, eu me orgulho muito de ter escrito “Passion rules the game” e espero que gostem.

W (NM): Foi um grande prazer falar com você, Sr. Rarebell e obrigado de novo. Nós acabamos e falar com o baterista lendário do Scorpions pelos anos de maior sucesso da banda, Sr. Herman Rarebell, foi uma honra falar com o baterista da banda de maior sucesso da história do Rock alemão.

HR: Muito obrigado, meu amigo. Espero vê-los logo.

W (DD): Obrigado, Sr. Herman.

HR: Tchau, tchau, então.

Veja tudo que já publicamos sobre o Scorpions.

Tags:
Categorias: Entrevistas