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Capitulo 4: Ah, não! Esta acabando, pô! – Dia 4 & Pós Evento

Por Gilberto Morais

Bom dia, pessoal!

É duro dizer adeus! Quando você está finalmente acostumado e familiarizado com o evento, você cai na real o quanto o tempo voou e já está na hora de empacotar as coisas pra voltar à vida comum. Triste, mas realidade!

Para começar, esta é a última oportunidade para comprar merchandise, pois a loja deverá fechar mais cedo, precisamente às 13 horas. Por último, caso queira despachar a bagagem, deverá deixa-la no corredor, bem em frente a cabine, entre as 19hs até as 0h00 para que a tripulação do navio possa retirá-la e que estará disponível para recebimento na esteira após conferência da aduana americana.

Contudo, relaxe, ainda há um dia para curtir o final das férias e os shows. Vamos direto ao roteiro dos mesmos neste 4o e último dia do evento.

ANACRUSIS (13:00 –13:45) – POOL DECK

Estava ciente que havia uma grande chance de curtir legal este show e felizmente não me decepcionou e foi uma grata surpresa.

Sendo uma banda de Prog Thrash Metal, o Anacrusis tem algo a ver com o maravilhoso power trio suíço Coroner. Claro que não são tão técnicos e tão bons quanto os europeus. Suas músicas são mais cruas, muito boas por sinal e repletas de energia. Grande material!

Quando não conheço devidamente uma banda fica difícil apontar algum destaque, mas arrisco indicar o belíssimo cover de „I Love the World“ do „New Model Army“ e „Afraid to Feel“ de autoria deles. Pelo que pude verificar, o set list foi bem diferente do 1o show, o que foi muito legal da parte deles a fim de propiciar o maior número possível de músicas aos seus fãs.

Vale a pena conferir esta banda, mesmo que recentemente tenham declarado que estarão inativos por um tempo indefinido.

LIZZY BORDEN (16:15 – 17:00) – POOL DECK

Após o surpreendente show do Anacrusis que valeu muito a pena acompanhar, volto ao deck da piscina e desta vez para ver o show inteiro do Lizzy Borden. Uma pena que o slot foi de apenas 45 minutos. Neste momento não só o sol brilhou como a empolgante banda californiana.

O Lizzy Borden faz um som muito contagiante, um Hard/Heavy de primeira e não tem como não curtir um show deste tipo. Contando com bons músicos, além das performances teatrais do vocalista Lizzy Borden, fortemente influenciado por Alice Cooper e seu shockrock, quanto a sua performance no palco, só que com uma produção bem mais modesta que a Tia Alice. Devido ao orcamento, o Lizzy Borden não decepciona.

São máscaras, roupas negras ocultando o rosto, simulando a morte, além de uma performance de uma beldade dançando e sendo sodomizada e assassinada pelo vocal e que é retirada já morta, deitada e ensaguentada no pescoço. Ou seja, tudo que você espera dum show nesta linha, mas não se engane que isso supera a qualidade das musicas, pois é justamente ao contrário. As músicas são bem superiores às performances teatrais do vocalista. Os demais membros da banda, não verdade, apenas se concentram em seus respectivos instrumentos e a bem da verdade, a performance teatral se torna apenas um ingrediente a mais que agrega já ao show excepcional desta banda oitentista.

Por último, a impressão que ficou é que havia um maior público conferindo este show em relação ao show indoor, que rolou quase sinultaneamente ao do Helloween, no Spectrum Lounge. Justamente por isso, não pude conferir se o setlist teve alguma modificação significativa, pois as três últimas musicas que haviam tocado estiveram presente desta vez também, embora em ordem diferente, o que aumenta a suspeita que tenham variado o set. Até porque nos shows do Lizzy que já havia assistido, era comum encerrar com o cover de „Born to be Wild“ que foi executada desta vez. Outro destaque foi a ótima „There will be Blood Tonight“.

EVERGREY (17:00 – 18:00) – CHORUS LINE THEATER

Reiniciando a correria para conferir o show seguinte, mal pisei no Chorus Line e peguei o show do Evergrey começando, sem precisar sacrificar o Lizzy Borden e também sem perder nada deste show.

Tendo realizado um belo show na piscina, fui com alta expectativa para esta apresentação e talvez pudesse ter sido o motivo de ter saido decepcionado nesta oportunidade.

Novamente, observei o carisma e simpatia como frontman do líder, guitarrista e vocalista Tom Englund como destaque. Além disso, curti a faixa „As I Lie here Bleeding“. Todo caso, a performance da banda, foi correta, porém um pouco fria ao meu ver, sem causar emoção. Por isso, foi um show apenas correto. Nada além disso!

GOTTHARD (19:00 – 20:00) – CHORUS LINE THEATER

Depois do show morno do Evergrey, alguém precisava esquentar e não há banda melhor e mais apropriada para isso que os suiços do Gotthard. Hard rock europeu na veia!

A banda já entrou no mesmo Chorus Line, onde vi o show anterior, chutando e detonando. Set list diferente, pois abriram de cara com a ótima „Master of Illusion“. No computo geral, foi umas 2 ou 3 músicas diferente, entre elas justamente outro destaque que foi a faixa „Mountain Mama“ contando com a interação entre Leo Leoni e a platéia, utilizando o tail box.

Seria injusto não dar parabéns a banda toda, que a cada dia que passa demonstra maior entrosamento e prova que há vida pós Steve Lee. Nic Maeder encaixou como uma luva e se fizerem um disco ainda melhor que Firebirth, a banda vai brilhar muito ainda.

RAGE WITH LINGUA MORTIS ORCHESTRA (21:00 – 22:15) – CHORUS LINE THEATER

O segundo show do Rage, conforme havia dito anteriormente, foi realizado novamente no Chorus Line, o que comprovou ter sido uma sabia decisão. A escolha foi mais que apropriada e nem poderia ser diferente e dar errado. Foi como um jogo de futebol dum time em alta, que você sabe de antemão que vai ganhar e só não sabe antever o placar, mas pode esperar até uma goleada.

Novamente os alemães e a orquestra brilharam, embora o primeiro show, até pela expectativa e ansiedade tenha sido melhor. De qualquer forma, o trabalho dos integrantes da Lingua Mortis foi mais uma vez um primor (preciso e cirúrgico) e da mesma forma, o power trio comandado pelo maestro Victor Smolski detonou também no palco.

Que eu me lembre, o setlist não sofreu maiores alterações, e indico como destaque a abertura novamente com a magnífica „From the Cradle to the Grave“ e o encerramento com „Empty Hollow“, além de alguns interludios executados pela Lingua Mortis. É um show que caso tenha a chance de testemunhar, recomendo que não o perca por nada.

KREATOR (23:30 – 0:30) – CHORUS LINE THEATER

Até aquele momento, o comportamento da platéia nos shows , salvo algumas rodas de mosh e circle pit, era bem tranquilo. Será que o Kreator quebraria o paradigma nesta última apresentação?

A resposta é: SIM! Pela primeira vez e já no último dia do evento pude testemunhar crowd surfing e rodas mais animais ainda que o show anterior da instituição do teuto Thrash e do Onslaught. Este show bateu todos os recordes em termos de empolgação e participação da platéia.

E não era por menos, o Kreator nos brindou com um setlist bem diferente em relação ao primeiro show, onde destaques como „Under the Guilhotine“, „Riot of Violence, cantanda pelo mestre Ventor, „Betrayer“ e o medley final classico composto por „Flag of Hate/Tormentor“ foram executadas.

Vale mencionar o fato que antes do bis, Mille não manuseiou a „bandeira do ódio“ e disse que quem faria isso seria um cara que foi convidado ao palco, pois era seu aniversário. Aliás, momentos antes deste show, eu o encontrei por acaso no elevador e chamou me a atenção os trajes bizarros, constituido duma saia rosa e tal. Enfim, legal da parte do Mille o ter homenageado pela data.

Como dito da outra vez, show do Kreator não tem erro, se até em tempo ruim , eles detonam, o que esperar quando eles estão a fim? Show espetacular, sem mais nada a comentar!

SABATON (0:30 – 1:30) – POOL DECK

Chegando com o show já comecado devido à transição de palco do Chorus Line para a piscina, chamou-me a atenção que não havia tanto público como o primeiro show dos suecos. Sinal que o Kreator deve ter disputado com eles a presença do público e por isso não ficou abarrotado, como seria de esperar. Ainda assim, contaram com um grande público e isso com um show marcado para um horário que já tende a esvaziar, como pude notar nas noites anteriores.

Neste show, senti o Sabaton mais solto, à vontade, com desenvoltura e por isso eles foram melhores que na primeira ocasião.

O vocalista e lider Joakin Broden parecia mais comunicativo também e a qualidade de som deste palco na piscina estava impecável: límpido e cristalino, destoando do show passado que não contou com tanta precisão.

Fora as canções mais consagradas como „Uprising“ e „Metal crue“, executaram ainda 2 músicas em sueco: „Gott mit Uns“ (esquisito que o nome dela é em alemão). Um bom show, melhor que o primeiro, mas abaixo dos melhores shows deles que ja assisti. Devido ao show a seguir, sai uns 5 minutos antes de acabar o set do Sabaton.

FLOTSAM AND JETSAM (1:30 – 2:30) – CHORUS LINE THEATER

Chegou o derradeiro show desta edição, ao menos para mim, pois o que veria a seguir, não era do meu interesse. Da mesma forma, este foi o último show no Chorus Line de todo o evento e talvez por isso, o slot que seria de 45 minutos, foi aumentado para um show de 1 hora de duração.

Assim como o Fatal Smile e o Rage, o Flotsam and Jetsam foi outra banda que percebi que só realizou apresentações indoor. Desta vez no teatro com maior capacidade.

Não era de se estranhar que estava vazio, muito aquém do público que havia visto anteriormente o Kreator, o qual estava bem cheio. Mas, não importa, quantidade de público até mesmo no Metal, não signfica necessariamente qualidade. E o quinteto de Phoenix comprovou isso!

Esta apresentação, até por ter 15 minutos a mais que anterior, teve músicas diferentes e a ordem de execução foi modificada. Eles abriram de cara com „Ugly Noise“, faixa título do recente disco de estúdio, lançado a 2 meses atrás e que trouxeram para a venda no navio, podendo assim comprá-lo, já que não participei da campanha de crowdfunding que eles fizeram para angariar dinheiro e poderem lança-lo.

Novamente o set foi baseado nos 6 primeiros álbuns da banda e como destaque rolou „Hard on you“, „Master sleeps“, além das classicas „Hammerhead“ e „No Place for disgrace“ que encerrou esta excelente apresentação.

Resta torcer que como seguiram em turnê com o Testament e o Overkill, que o público norte americano redescubra o quanto eles sao bons e tenham chance de se encaixar em turnê similar na Europa e na América do Sul, pois eles tem muita lenha para queimar ainda. Falta só o devido reconhecimento por parte do público.

CONCLUSÕES:

1) Custo x Benefício:

Pelo que é oferecido, diria até que foi bem pago. A comida e o atendimento foram de primeira, não há do que me queixar. Só acharia mais justo que ao menos refrigerantes fizessem parte do pacote e não à parte, cerveja já seria complicado liberar na boa, eu entendo. Considerando também o quanto custa um cruzeiro marítimo regular qualquer, o extra dos shows que é o que nos interessa, não acaba de forma alguma encarecendo demais o pacote, então, fica a sensação que foi um dispendio bem investido e não um dinheiro jogado fora. Pelo número de shows à disposição, está certo que alguns rolando de maneira simultânea a outros, se pensarmos em custo à parte, balanceou bem as finanças.

Mas para fazer valer o teu dinheiro, acho recomendável unir o cruzeiro a turismo na região, pois somado ao custo do navio, há despesa com passagem aérea e daí é importante passar algum tempo nos EUA ou localidades próximas que compensem o gasto total.

2) Comparação entre Cruzeiros Marítimos Temáticos e Festivais Europeus:

Apesar de as propostas ou os fins serem os mesmos, fica claro que se trata de 2 mundos distintos! Caso esteja interessado apenas em ver shows, vale a pena focar nos festivais regulares em terra, até porque vai sair mais barato e atenderá perfeitamente a tua necessidade. Os cruzeiros marítimos temáticos não se tratam apenas de shows e sim diversão! A partir desta experiência no 70.000 Tons of Metal, eu me tornei um dependente do mundo dos cruzeiros também. Uma vez que você provar esta experiencia, não vai querer largá-la mais e não verá a hora da proxima viagem, evite a estréia se o bolso chiar de imediato.

Faria isso novamente? Sim, certeza absoluta! Na real, não vejo a hora de ir ao próximo cruzeiro. Até 2014!

PÓS EVENTO:

Por volta das 7h30 da manha do dia 1º de Fevereiro chegamos de volta ao Porto de Miami. Engana-se quem acredita que nossa aventura termina no momento de desembarcar.

Primeiramente, há a possibilidade, caso não tenha despachado a bagagem, do desembarque express que é mais dinâmico, pelo que pude observar. Lembrando que aqueles que optaram a pagar as despesas do navio com dinheiro, ao receber a conta na madrugada anterior, devem primeiramente se apresentar ao centro de atenção ao cliente e efetuar o pagamento antes de desembarcar. Para quem optou por cartões, é direto, apenas vá ao centro se houver discrepâncias na conta, para fazer a reclamação e correção.

No ato do desembarque, você precisará preencher novamente aquele mesmo formulário de declaração a aduana americana que você apresenta a autoridade local quando desembarca do aeroporto e ingressa novamente em territorio americano, porém, o procedimento é mais rapido que o praticado no aeroporto.

Daí, na área onde você aguardou a liberação para o embarque do navio na ida será a mesma em que, somados aos passageiros que vão pegar o mesmo navio ou outros, irá desembarcar e onde encontramos as vans compartilhadas, taxis que nos levarão a aeroportos, hoteis, etc.

Aguarde alguma fila e sinta se ainda no clima do evento, pois são muitos metalheads aglomerados. A dispersão começa a partir dai, só que aos poucos, os aeroportos vão ser tomados por legiões de camisetas pretas que chegam em pequenos grupos e vão se somando.

No meu caso, optei em regressar no mesmo dia, após a chegada do navio, e selecionei o aeroporto de Miami que foi juntando a tribo oriunda do cruzeiro. No restaurante que fui almocar e tomar umas cervejas antes de voar, chegou um momento que havia fila de espera e muitos headbangers ainda chegando por lá. Destoando da minha chegada no aeroporto de Fort Lauderdale, predominava ainda o clima do evento.

Passado o controle de segurança do aeroporto e já na sala de embarque, tive uma grata surpresa e isso pode ter acontecido com bastante gente. Eu me sentei aguardando a chamada para embarque do meu vôo e eis que exatamente ao meu lado sentam se também Dani Löble , Sascha Gerstner e Markus Grosskopf do Helloween. Estavamos no mesmo vôo. E só no avião mesmo que finalmente cai a ficha que você acabara de retornar ao mundo normal.

FIM!

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: Allison Painchaud (The Ultimate Metal Cruises)
Jan Rosenberg & Björn von Oettingen (CMM Marketing)

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